Praça da Liberdade amarelando o Brasil

Evento com intuito de prevenir e discutir o suicídio movimenta cartão postal da capital

 

Cerca de 500 pessoas participaram ontem, dia 10 de setembro, na Praça da Liberdade do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O evento organizado pela Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) e com o Exército Brasileiro, iniciou às 09 horas com caminhada em volta da praça. Após a distribuição de panfletos e atendimento à imprensa, os participantes deram um abraço no coreto simbolizando os cuidados na prevenção ao suicídio. Os amarelos das roupas dos participantes, junto às outras cores naturais da praça, chamaram a atenção de quem passava pelo local.

Criado em 2003, pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio tem cerca de 600 atividades em 70 países em todo mundo. Com o objetivo de alertar governos e cidadãos sobre o tema, o dia 10 de setembro lembra números graves que preocupam as entidades médicas em todos os países. Segundo a OMS, por ano, cerca de um milhão de pessoas comentem suicídio no mundo e em cada caso cometido, vinte outras tentativas ocorreram.

Para o psiquiatra Humberto Correa, vice-presidente da AMP e um dos coordenadores do evento, o encontro na Praça da Liberdade “não poderia ser melhor, pois contou a participação de várias entidades da sociedade civil e com a mobilização da comunidade em prol de um tema, que exige de todos nós uma ação”. Durante todo o mês de setembro,vários eventos vão discutir e lembrar os dados que assombram a comunidade médica e a sociedade como um todo. O psiquiatra Maurício Leão, presidente da AMP, destaca a relevância dos eventos do Setembro Amarelo. “Hoje o tema exige de todos nós uma mobilização para que o suicídio possa ser debatido e possa ser evitado”, analisa.

No Brasil a data passou a ser lembrada a partir de 2014 com objetivo de alertar a sociedade como um todo a respeito do suicídio no país. Em relatório divulgado nesse mesmo ano, a OMS  passou a considerar o suicídio como “um grande problema de saúde pública”. O Brasil é o oitavo em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres (taxa de 6,0 para cada grupo de 100 mil habitantes). Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos),  seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).

Valorizando a vida

Norma Moreira de Oliveira, representante do CVV, considera o evento “importantíssimo porque hoje sabemos que a cada 45 minutos uma pessoa suicida e um evento como esses divulga o trabalho do CVV”. Funcionando em Belo Horizonte há 40 anos, o Centro de Valorização da Vida tem trabalhado no Brasil há 55 anos na prevenção e discussão do tema. Norma lembra ainda que “nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser evitados se a pessoa tivesse com quem falar, com quem desabafar e o trabalho do CVV é para isso. Para ouvir as pessoas”. Ela ainda completa: “a nossa proposta é amarelar o Brasil para que as pessoas saibam através desse movimento que o suicídio pode ser evitado”.

Campanha Setembro Amarelo 2017

 

Campanha Setembro Amarelo 2017

Crédito das fotos: Clóvis Campos

Campanha Setembro Amarelo 2017

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