ESP-MG aborda álcool e drogas em evento de saúde mental
A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) realizou ontem, 29/07, o segundo evento da série “Encontros ESP-MG 2013 Supervisão Clínica e Institucional” com o tema “Supervisão em Álcool e Drogas” em seu auditório. Com participação de mais de 100 profissionais de saúde mental, ocorreram apresentações do professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Frederico Garcia, que abordou o assunto “Modelos Clínicos” e da pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Clarice Madruga, que ministrou palestra sobre “Desenvolvimento dos transtornos e demandas de tratamento”.
Aluna do curso de supervisores da ESP-MG, a psicóloga infanto-juvenil na saúde mental do município de Barão de Cocais, Josiane Aguiar, destacou a relevância das informações apresentadas. “Essa proposta é muito interessante, tem acrescentado bastante informação e discussões diferenciadas. Complementa realmente o curso trazendo outras discussões. No evento anterior, houve discussão sobre a pouca publicação. Hoje, foram apresentadas estatísticas muito importantes. O município ganha muito por acesso a informação”, afirma.
A cientificidade dos trabalhos apresentados é sublinhada pelo psicólogo do CAPS I de Albinópolis, Fernando Reis. “Acho que os trabalhos apresentados estão muito pautados na questão científica. A primeira palestrante falou sobre a saúde baseada em evidências, então, acho que acaba se tornando um incentivo a fazer pesquisas no ambiente de trabalho e a quantificar dados para verificar o que está sendo benéfico, comenta”.
A aplicabilidade do conhecimento apresentado é clara para a psicóloga do Centro de Atenção Secundária Viva Vida Hiperdia de Itabira, Renata Gonçalves. “Nós atendemos usuários do Centro Hiperdia e Viva Vida com problemas de alcoolismo e outras drogas e através de novas atualizações adquirimos um respaldo maior para o trabalho diário. Achei o evento muito bem organizado. Acredito que a Escola de Saúde Pública sempre contribui muito para nossa formação e atualização”, afirma.
O psicólogo do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) dos municípios de Mariana e Ouro Preto, André Barbosa, enfatizou a qualidade do evento. “Os cursos da Escola são muito bons. Os convidados são excelentes, a multiplicidade de formação é grande. A contemporaneidade da temática e a logística de ser uma vez por mês favorecem a presença do profissional”, diz o psicólogo.
O diretor do Instituto Raul Soares, Maurício Leão, também enfatiza a importância do tema. “O evento aborda um tema contemporâneo de alta relevância, apresentando-o sob a ótica das evidências científicas e das constatações epidemiológicas. Por fim, possibilita um debate centrado em bases metodológicas e não em conceitos subjetivos”, assegura.
O psiquiatra e assessor da ESP-MG, Helian Oliveira, salienta o momento diferenciado da saúde mental em Minas Gerais. “Sem dúvida, estamos em um momento privilegiado, em que conhecemos um pouco mais a dimensão dos problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas no Brasil. Existem diretrizes para atuação das políticas de saúde mental que merecem ser consideradas, como a atenção integral em Rede. O Brasil e o Estado de Minas Gerais tem um grande desafio na prevenção e tratamento das dependências químicas”. Oliveira enfatiza a rede de saúde mental mineira. “Certamente exercerá um papel fundamental neste novo processo assistencial para a dependência química com a participação da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais”, conclui.
No contexto da Rede de Saúde Mental, para o palestrante e professor da UFMG, Frederico Garcia, a série “Encontros” é oportuna. “Foi ótima a proposição deste encontro. Precisamos traçar estratégias comuns e construir uma rede. Construir uma rede com cada um em seu canto não é possível. É preciso ver o que está sendo feito em cada canto”.
A palestrante Clarice Madruga, que apresentou dados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), afirma ser relevante essa iniciativa de qualificação. “Essa iniciativa é fundamental. Falta isso nos estados brasileiros. Esse tipo de qualificação. Às vezes, não é tanto do governo, mas a falta de busca dos profissionais. É preciso ter mais eventos”. Para ela, a agenda de eventos é o começo para qualificar quem precisa tanto. “A gente que trabalha com pesquisa tem que levar dados para os profissionais. Não adianta fazer ciência no laboratório e não dividir com quem está atuando na ponta”, finaliza.
O próximo encontro está previsto para o dia 26 de agosto e vai tratar do tema “Supervisão na Infância e Adolescência”. Para se inscrever, basta enviar e-mail para inscricao@esp.mg.gov.br com as informações deste formulário.
Fonte: saude.mg.gov.br