Refazer a vida do enlutado é reverenciar a memória do ente querido

O IV Simpósio Latino-americano de Prevenção do Suicídio realizado de 20 a 22 de junho contou com grande participação de palestrantes do setor da psiquiatria da América Latina. Foram cursos, mesas redondas, conferências, talk-shows, sessões de cinema e outros debates, que visaram estudar o tema em suas diversas facetas , conexões, profissões, sobreviventes  e prevenção.

O tema posvenção (cuidados psicolológicos para as pessoas que sofreram traumas e perdas)  mereceu a atenção de uma das mesas redondas do evento e contou com a  professora doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP, Karen Scavacini, que, além de coordenar os trabalhos, falou sobre  Avanços na posvenção no Brasil. Daniela Reis,  mestre e doutora em Psicologia Clínica, Núcleo Família e Comunidade, pela PUC-SP,  ficou com a parte relacionada à Suicidalidade entre entutados, avaliação e manejo. Já Gláucia Tavares, mestre e doutora em Saúde da Criança e do Adolescente e diretora adjunta da Sociedade de Tanatologia e Cuidados Paliativos de Minas Gerais (Sotamig), dissertou sobre  A experiência do API- Apoio a perdas (Ir)reparáveis como posvenção.

Gláucia falou da importância do API, instituição que criada por ela e o marido, quando da morte da filha, hoje é uma rede de apoio aos enlutados  de grande significado no compartilhamento das dores das perdas e das formas de superá-las. Entre os vários pontos destacados em sua palestra, ela falou sobre a o processo de ser capaz de amar depois da perda de uma pessoa querida. Para a psicóloga, “O amar não é mais forte do que a morte, ele existe apesar da morte e caminha  juntamente à restauração da vida do enlutado”, diz a psicóloga, pois conforme Gláucia, reparar a vida de enlutado não é atitude de deslealdade à memória do ente querido que se foi e sim reverenciar e reviver suas lembranças.

 

 

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