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Setembro Amarelo discute saúde mental de médicos e estudantes na Faculdade de Medicina

Universidade Federal de Minas Gerais participa do Setembro Amarelo com evento importante para saúde

 

Preocupada com os crescentes casos de suicídios entre médicos e estudantes de medicina, a Associação Mineira de Psiquiatria organizou na programação do Setembro Amarelo, o evento Saúde Mental e Suicídio entre Médicos e Estudantes: Desafios e Possibilidades. O encontro aconteceu entre os dias 12 e 13 de setembro na Faculdade de Medicina da UFMG e contou com a participação de profissionais ligados ao combate e prevenção de doenças mentais e suicídios entre médicos e estudantes em entidades como USP, UNIFESP, e, claro, da UFMG.  Burnout, depressão, estresse, exaustão emocional, despersonalização foram alguns dos temas apresentados para explicar o aumento de transtornos mentais e suicídios entre essa população.

Na verdade os números absolutos de casos de suicídio são bastante assustadores. No ano passado de janeiro até o princípio de novembro 81 pessoas se mataram por dia em Minas Gerias.   Os números totais alcançam 900 pessoas sendo que 381 tinham de 20 a 39 anos, isso significa 42% dos casos. Em todo o ano de 2016 esse número foi de 1.278, o que deu em média 106 mortos por dia em todo estado. Esses são dados da Secretaria de Estado da Saúde e refletem a dimensão exata do problema nos dias atuais. Como é divulgado pela Organização Mundial de Saúde, em todo mundo são cerca de 800 mil suicídios por ano.  No meio acadêmico no Brasil não existem números oficiais, mas o suicídio é a segunda causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos. Nos EUA 400 médicos comentem suicídio por ano em média.

Segundo Arthur Hirschfeld Danila,  Médico Psiquiatra do Núcleo de Apoio ao Estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e um dos palestrantes do evento, “ano passado houve um cluster (ou”onda”) de tentativa de suicídios em estudantes da FMUSP, mas não temos dados precisos sobre isso. Não houve nenhum suicídio.” Para ele são inúmeras as causas que levam os alunos. “Muitos estudantes já chegam às faculdade com transtornos mentais prévios e ao longo da faculdade a prevalência de sintomas depressivos aumenta em cerca de 13,5%”. E analisa: “não se pode atribuir única e exclusivamente às faculdade de medicina a razão desse aumento, sendo essa um dos fatores contribuintes, mas não exclusivo.

O evento reuniu importantes profissionais para discutir o tema durante os dois dias na Faculdade de Medicina. A abertura oficial contou com a presença do psiquiatra e presidente da AMP, Humberto Correa. Em sua fala, ele ressaltou os problemas que envolvem médicos e estudantes de medicina a não procurarem ajuda. “Há um ‘preconceito’ entre médicos e estudante em aceitar que estão precisando ir ao médico, sobretudo no que se refere à saúde mental”.  Outro psiquiatra que esteve na mesa de abertura foi o presidente da Academia Mineira de Medicina José Raimundo Lippi que em sua fala apontou a preocupação em relação à saúde mental de médicos e estudantes.  “Essa é uma ótima oportunidade para discutirmos os assuntos relativos aos problemas que atingem alguns colegas e preocupa toda nossa comunidade”. Estiveram presentes na mesa de abertura do evento ainda o psiquiatra Paulo Roberto Repsold,  a vice-diretora da Faculdade de Medicina da UFMG Alamanda Kfoure Pereira, Sérgio Baldassin  representando a Associação Brasileira de Educação Médica e Fernando Luiz Mendonça diretor-presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerias.

Fotógrafa: Dea Tomich

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