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Reunião interinstitucional movimenta setores para a melhoria da saúde mental na capital em Minas

Necessidade de avanços no Movimento Antimanicomial e no atendimento aos pacientes foram alguns dos pontos debatidos

Aconteceu no dia 08 de dezembro a segunda Reunião Interinstitucional que reuniu membros de diversos setores ligados à saúde mental da capital e do estado. Organizado pela Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), o encontro online teve o objetivo de discutir o contexto atual da saúde mental e como melhorar o atendimento na Rede de Assistência Psicossocial no estado de Minas Gerais. Além da AMP, participaram do encontro representantes do Ministério da Saúde, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, Conselho de Saúde Mental da OAB-MG, Associação Médica de Minas Gerais, Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Instituto Raul Soares, Conselho Regional de Educação Física, Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Defensoria Pública de Minas Gerias e do Movimento Renova Galba.

Representando a AMP, a psiquiatra Dagmar Freitas de Abreu conduziu a reunião que foi marcada pela posição unânime dos presentes em apontar os graves problemas na qual passa o serviço de atendimento de saúde mental na capital e em Minas Gerais. Unânime também é a opinião de que o setor precisa de avanços e que eles passam pela reforma do movimento antimanicomial, pelo fortalecimento do SUS e pela escolha de critérios técnicos e não ideológicos para a condução de políticas públicas.  Segundo Dagmar, “existe hoje uma precária capacidade de reivindicação dos pacientes que precisam da Rede de Assistência Psicossocial no estado”. Para ela, “a interrupção do atendimento do Hospital Galba Velloso, as interferências no Caps e os constantes ataques que a psiquiatria vem sofrendo, apontam para a precarização do atendimento”.

O presidente da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), o pediatra Fábio Guerra, também apontou para necessidade de melhoria no atendimento ambulatoriais dos Cersam’s. Segundo Guerra “há uma precariedade que também reside na falta de profissionais e no contínuo fechamento dos leitos dos hospitais psiquiátricos”. Ele também sugeriu que fosse fomentada a criação de uma “frente parlamentar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na Câmara dos Deputados para pressionar os governos para mudar essa realidade”.

Representando o Ministério da Saúde, o Coordenador-Geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, Rafael Bernardon, relatou que esteve com o secretário de saúde de Minas Gerais e este “foi bastante sensível aos problemas enfrentados pelas entidades de saúde mental, mas que acredita que há problemas políticos para se enfrentar essa realidade”. O vice-presidente da AMP, o psiquiatra Bruno Moreira afirmou em sua fala que está “insustentável trabalhar na saúde mental na capital mineira e que a ideologia radical que norteia o setor, está piorando ainda mais o quadro”.

O ex-vice-prefeito da capital e ex-secretário de governo da Prefeitura de Belo Horizonte, Paulo Lamac explicou que existe uma grande dificuldade de diálogo no segmento de saúde mental dentro do governo municipal. Para ele “os mandatários não conseguem vencer a disputa interna que existe no âmbito da saúde mental e acabam por não compreender o que acontece”. A advogada e presidente da comissão de saúde mental da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Luciana Chamone, a sociedade civil não consegue ser entender a realidade da saúde mental em Minas Gerais. Para ela, “o setor precisa se fortalecer na sociedade, precisa mostrar o que acontece”. Segundo Luciana, “a ideologia que hoje se impõe vai além das questões da saúde mental”.

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