XXII Jornada Mineira de Psiquiatria, um momento de aprendizado e novas vivências

E foram abertos os trabalhos da XXII Jornada Mineira de Psiquiatria da AMP. A primeira totalmente online e que, por esse motivo, se tornou um momento de aprendizado e reconhecimento de limitações técnicas. Com as novas realidades que todos estamos enfrentando, a jornada também se insere nesse contexto de experiências, de rever alguns procedimentos e consertar equívocos. Por esses motivos, hoje revertemos os problemas apresentados no primeiro dia da jornada e reafirmamos as nossas intenções de realizar um dos mais importantes eventos psiquiátricos do país.

A XXII Jornada Mineira de Psiquiatria abriga mais uma vez, como o faz em todas suas edições, o IX Congresso Latino-Americano de Prevenção do Suicídio, o XIII Simpósio da ABECer, a II Jornada de Interconsulta e Psiquiatria de Ligação da AMP e o III Simpósio de Saúde Mental Perinatal da Sociedade Marcé. O evento, que teve início no dia 3 de setembro e se estende até o dia 12 de setembro, em dias alternados, conta com a presença virtual de dezenas de  inscritos do Brasil e de vários países. São 30 palestrantes estrangeiros, 10 cursos, 22 conferências e  40 mesas redondas.

Realizada pelo  presidente da Associação Mineira de Psiquiatria e das associações Brasileira e Latino-Americana de Prevenção do Suicídio, Humberto Correa, a abertura oficial dos eventos teve como foco a importância de se realizar pela primeira vez um evento cibernético desse porte, sem falhar no seu  conteúdo científico. “São colegas de toda a parte do mundo internectados com Minas Gerais, buscando troca de conhecimentos, novidades científicas, tecnológicas e farmacológicas e ainda pesquisas com evidências,  visando o bem-estar do paciente, principalmente em um momento de pandemia como o que vivemos”, diz o presidente da AM, ao saudar os palestrantes e público presentes.

Humberto Correa finalizou sua explanação, citando Guimarães Rosa, com a frase: “Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Todos os sucedidos acontecendo, o sentir forte da gente – o que produz os ventos. Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura”.

Conferência de abertura

Um dos principais nomes presentes no evento foi de Florence Thibaut, que realizou a conferência de abertura com o  tema GROSESSE ET ADDICTION (Gravidez e Vício). Florence é PhD e Professora de Psiquiatria no University Hospital Ch Nicolle, em Rouen na França e tem como objeto de estudo a procura de genes candidatos na esquizofrenia e no tratamento de patologias sexuais como o antiandrogenio de parafilias.

Em sua fala Florence apontou os malefícios do uso de drogas para os fetos e para os bebês. Ela apresentou dados de como o tabaco, o álcool e outras drogas afetam diretamente  a saúde mental de mães e filhos. Segundo Florence,  o gênero influencia quando  mulheres e homens usam essas substâncias e como reagem a elas. Em seus estudos, ela verifica que a dependência aparece mais rapidamente nas mulheres, embora o consumo de substâncias psicoativas é menos frequente nas mulheres, mas as consequências na saúde (em particular cânceres e doença cardiovascular) são mais graves nelas. E alerta que o consumo de substâncias psicoativas, inclusive álcool e tabaco,  por mulheres durante a gravidez pode estar associado a consequências sérias para o feto, com o nascimento de recém-nascidos não saudáveis e com doenças que podem perdurar até a adolescência.

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