É preciso estar atento aos desgastes emocionais durante a pandemia, afirmam especialistas

Paranóia generalizada, descrença na Medicina e predomínio do medo. De forma geral, foram essas as consequências psicológicas do atual momento destacadas em mais uma videoconferência do Ciclo de Webinares da AMP. O encontro virtual de número cinco, que aconteceu no dia 15 de julho, abordou o aumento do TOC e pânico durante pandemia da Covid-19 e contou com especialistas de diferentes regiões mineiras.

“A ansiedade sempre aumentou em tempos de pandemia na história da humanidade”, ressaltou o psiquiatra e diretor regional da AMP Pedro Paulo Avelar, chamando atenção para o desencadeamento de transtorno obsessivo-compulsivo com o isolamento. “É importante ficarmos atentos tanto às recaídas quanto aos pacientes que têm tido TOC pela primeira vez, como são alguns casos.”

De acordo com ele, as obsessões mais observadas dentro do consultório são a verificação e lavagem exagerada das mãos, algo que, a seu ver, tem origem no consumo excessivo de informações da mídia. “O paciente que possui TOC deve estabelecer uma rotina estruturada, já que, no tédio e na solidão do isolamento, as obsessões podem preencher um espaço vazio e tomar conta”, comentou. Entre suas dicas para evitar os momentos de angústia estão a meditação, as atividades físicas e o aumento das interações sociais via Web.

Por sua vez, o também psiquiatra e membro titular da AMP, Daniel Jácomo Mauad, chamou atenção para as reincidências de síndrome do pânico, já que, nos últimos meses, “houve o aumento do número de casos e das recaídas”. Conforme explicou, as causas gerais estão ligadas ao medo e dúvidas em relação ao futuro, principalmente pensando no desemprego. “O uso da máscara também é algo que pode piorar os sintomas”, destacou.

Segundo o profissional, algumas boas práticas para controlar o pânico seriam o acompanhamento de um psicoterapeuta, boas noites de sono e exercícios de relaxamento. Evitar as más notícias e estimulantes como o café também devem ser considerados pelo paciente.

O momento foi finalizado com uma fala do debatedor Maurício Leão, que falou da acessibilidade e empatia por parte da classe médica atualmente. Logo após, o moderador e presidente da AMP Humberto Correa selecionou algumas perguntas do público para serem respondidas pelos especialistas.

 

 

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