II Encontro de residentes consolida-se na programação da AMP
Reunião debate qualidade de vida dos residentes e aponta a importância do psiquiatra em cuidar também de sua própria saúde
Com cerca de 50 participantes o II Encontro de Médicos Residentes de Psiquiatria de Minas Gerais movimentou a sede do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerias em Belo Horizonte. O evento, que aconteceu no sábado, 16 de março, teve início às 9 horas da manhã com a participação do presidente da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP) Humberto Correa. Em sua fala Correa exprimiu os compromissos e preocupações da entidade para com os futuros psiquiatras. Para ele “É muito importante a aproximação dos residentes com a AMP. Isso traz para a entidade o seu papel interlocutor”.
Logo após a fala do presidente da AMP, foi chamado ao palco o psiquiatra e presidente da Academia Mineira de Medicina o Dr. José Raimundo Lippi. Ele fez um breve resumo sobre a história da psiquiatria e de sua carreira como psiquiatra. De maneira muito sucinta e interessante Lippi descreveu como era a psiquiatria, como ela se desenvolveu no decorrer dos anos e quais eram os problemas enfrentados pelos profissionais. Lippi lembrou que não havia residência em psiquiatria e que ele próprio formou a primeira turma. “Aprendemos juntos, nós profissionais e os residentes”. Em sua fala ele lembrou a importância da participação na AMP. “O trabalho feito pelo Humberto Correa é fundamental para nossa entidade e precisamos fortalecê-la”.
O encontro teve como principal objetivo a qualidade de vida do residente e do profissional psiquiatra. De como os desequilíbrios entre o estresse e a adaptação podem afetar profundamente a vida dessas pessoas. Foram apontadas e discutidas as principais angústias como a depressão, a insatisfação com o trabalho, a baixa qualidade de vida, o cotidiano desgastante e o Burnout e como o residente em psiquiatria deve tratar esses temas ao longo de sua trajetória profissional.
Uma das falas de destaque também foi a do psiquiatra Frederico Garcia que apontou questões muito importantes para a discussão na psiquiatria contemporânea. Dentro desse aspecto ele destacou a importância de valorizar paradigmas atuais que trazem maiores benefícios aos pacientes sem os antigos preconceitos e receios. “O mais importante é levar ao paciente uma melhor qualidade de vida. E os medicamentos fazem esse papel. Antes se falava que a doença mental era oriunda do meio em que se encontra o paciente. Precisamos dar a eles uma capacidade de vida própria no campo profissional, familiar, afetiva. A melhoria do estado do paciente é uma grande angústia nossa e temos meios de estabelecer com eles uma vida própria. Não podemos carregar preconceitos e medos antigos”, afirma.