Farmacologia, pesquisas e remissão
O quarto dia da XXII Jornada Mineira de Psiquiatra teve como um dos pontos altos as questões que envolvem a farmacologia nos tratamentos de doenças mentais em geral, com foco maior na depressão. Na sala 1 dois eventos se dedicaram ao assunto e contaram com nomes muito importantes da psiquiatria atual. O tema, pela sua especificidade, aborda muitas novidades, testes de novas substâncias e pesquisas em andamento.
Uma das palestras sobre o assunto teve a coordenação do presidente da AMP, Humberto Correa com o título Novel Strategies for Managing Patients with Treatment Resistant Depression e contou com a participação do psiquiatra mineiro radicado nos EUA, Jair Soares. Ele integra a UTHealth (University of Texas Health) desde 2009 e atualmente atua como Professor na cátedra Pat R. Ruthford Jr. em Psiquiatria na UTHealth Medical School em Houston. Em sua fala Jair aponta questões que envolvem a dificuldade de acesso ao tratamento adequado à depressão. Segundo ele, grande parte da população não consegue uma consulta psiquiatra que atenda os casos dessa que é uma das mais frequentes doenças em todo mundo.
Mesmo as pessoas que têm acesso apresentam diferentes resultados nos tratamentos e é nesse ponto que Jair aprofunda sua palestra. Cerca de metade dos pacientes que se trata da depressão com utilização de remédios consegue chegar à remissão da doença, ou seja, é preocupante o grande número que não vai até esse estágio. Segundo Jair, as chances de recaída crescem com o histórico de depressão do paciente. Pessoas que apresentaram três ou mais casos da doença têm chances muito grandes de voltarem a ter.
Jair Soares apresentou ainda os medicamentos que estão sendo mais usados atualmente e os seus resultados. Ele fez a relação entre custos e benefícios de alguns tratamentos e seus resultados. Para fechar Jair falou sobre novas experiências no tratamento da depressão como as pesquisas no uso de opiáceos e o cogumelo alucinógeno.